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O minimalismo na escrita criativa

Você possivelmente já ouviu falar de minimalismo, o estilo de vida que tem como base o desapego, a busca de propósito e o lema “menos é mais”. Quando aplicado ao cotidiano, esse conceito pode nos ajudar a viver com menos bens materiais e mais tempo livre para o que realmente importa. Mas o minimalismo também ajuda no processo de escrita criativa.

Quando escrevemos uma história, pode ser que nossa mente acumuladora nos leve pelo caminho de criar um mundo ficcional cada vez mais complexo, com inúmeros personagens, ambientes e detalhes que podem encher páginas e páginas de um livro, mesmo que tudo isso não seja essencial para o enredo. Uma história com muitos detalhes desnecessários pode cansar o leitor — e fazer o próprio autor desistir de contá-la.

 

Uma alternativa é aplicar o minimalismo ao processo de criação do texto narrativo: muitas vezes, na escolha das palavras, menos é mais e mais simples é melhor. Isso não significa que um livro cheio de longas descrições e um vocabulário refinado não possa ser bom — na verdade, muitos clássicos da literatura provam o contrário. Mas na minha humilde experiência, escrever sem grandes pretensões e da forma mais simples possível, com liberdade e leveza de espírito, é muito mais divertido.

 

Você não precisa criar um mundo cinematográfico para tocar o leitor. Veja o caso de O Pequeno Príncipe: o clássico infantil tem uma linguagem simples, poucos detalhes (mas icônicos) e mesmo assim consegue abordar temas profundos e comover gerações. A imagem minimalista de uma rosa em seu pequeno planeta, ou de uma raposa e um menino conversando, é suficiente para criar uma história memorável.  

Tulio Ferneda

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