

Escrevendo com o coração
No mundo de hoje, parece que todos estão obcecados com duas coisas: fazer sucesso e dinheiro. Às vezes, parece que nada mais importa. Mas isso não é verdade. Se você se afastar um pouco dessas duas ilusões, pode acabar descobrindo que existe algo muito mais valioso: fazer sentido.
Essa ideia se aplica a qualquer dimensão da vida, mas quero aqui abordar especialmente o trabalho criativo. Você não precisa fazer arte para vender (pode vender, também, não há nada de errado com isso) nem para conquistar seguidores e curtidas nas redes sociais. Quando você faz algo pelo valor da experiência, pela riqueza de sentido, os números simplesmente não importam.
Imagine que você é um escritor e colocou na cabeça que quer ganhar muito dinheiro com seu livro: isso é a morte do processo criativo. Porque no momento em que associa sua obra ao retorno financeiro, estará inevitavelmente subordinado às tendências do mercado, às expectativas das editoras, aos padrões estabelecidos. Estando subordinado a tudo isso, você simplesmente não pode criar nada que seja muito livre e autêntico.
Agora, se você se permitir fazer arte pela arte, pelo sentido, pela realização, então o processo será não só mais prazeroso como verdadeiramente criativo. Talvez você possa ganhar algum dinheiro com isso, talvez não. Mas de uma forma ou de outra, você terá encontrado um genuíno contentamento.
Então não escreva com expectativas, sejam elas por um retorno financeiro ou qualquer tipo de adesão do público. Não escreva com a mente acumuladora nem com um estudo de mercado ao seu lado. Não escreva para o seu currículo. Escreva com o coração. Coloque sua alma naquilo que faz e o valor gerado em sua vida será imediato.
Tulio Ferneda