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Choro
Chove assim tão tranquilo
e então eu amo,
amo ver a água simplesmente,
amo respirar o que da chuva sobra
quando a chuva vai embora.
Amo tudo o que é belo com a água,
o chão da rua que é belo e as vidraças,
o céu cinzento que não é o céu azul,
que não é o entardecer ensolarado,
e não é a noite limpa,
que é apenas o céu cinzento a chorar
e eu também o amo.
Quando chove manso,
tenho aquela dor contida,
meio saudade, meio alegria,
por tudo ser tão belo e passageiro.
Tulio Ferneda
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